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3 Motivos Porque você tem Compulsão Alimentar (MEIO)

Cintia Seabra

Já tentou dietas, já tentou se controlar e até mesmo criar regras para lidar com a compulsão alimentar. Tudo isso sem sucesso. E aí vem a questão: “por que será que eu como tanto desse jeito?”. Você tenta, mas não consegue fechar a boca. Começa a dieta na segunda e passa o dia com muito sacrifício. Chega terça-feira já começa aquele desejo louco por comida e quando é quarta-feira você já enfiou o pé na jaca, já chutou o balde e está comendo tudo o que tem na geladeira e no armário da cozinha.

A comida parece que é mais forte e tem um poder de atração muito grande, e você sempre acaba caindo em tentação. Quer saber por que isso acontece com você? Quer saber porque você tenta e nunca consegue se lidar bem com a comida? Veja aqui os 3 motivos porque você tem compulsão alimentar. Depois da leitura desse artigo você entenderá de onde vem essa vontade de comer o tempo todo e saberá como lidar com essa situação:

1 - Você é uma pessoa controladora

Pode até parecer estranho, mas uma pessoa controladora demais, come descontroladamente. E isso tem uma explicação simples!

As pessoas controladoras demais costumam planejar toda a sua semana. Criam expectativas, cronogramas e possuem uma agenda bem regulada. E, quando algo não dá certo, quando alguma coisa foge do seu controle, causa sentimentos ruins como a frustração. O controlador irá se sentir impotente diante da realidade, de tantos imprevistos, fazendo com que a comida seja um abrigo para descontar suas frustrações com a vida.

Imagine a seguinte situação: Domingo a noite e você já tem toda a semana programada, o que envolve suas atividades no trabalho, afazeres domésticos, cuidar da família e de si mesmo. Tem um horário bem regrado e o cardápio da semana já está fixado na porta da geladeira. Para que tudo isso funcione como você planejou, precisa de ajuda e colaboração de todos, incluindo marido, filhos e quem sabe até sua mãe. No entanto, segunda-feira de manhã o marido perde a hora, as crianças não querem o café da manhã e para ajudar, o gás acaba e começa a chover. Tudo isso são acontecimentos normais, no entanto que atrapalham a rotina que você planejou.

Depois de passar por esses obstáculos, você finalmente chega no trabalho, porém com um pequeno atraso. Isso prejudica as atividades do dia, atrasa uma reunião importante e sua agenda, meticulosamente, programada vira um caos. Isso faz com que você precise encontrar consolo em alguma coisa. E por que não no chocolate que está na sua mesa do escritório? Ou no bolinho que tem lá na copa? Ou quem sabe no pão de queijo com cafezinho lá da padaria?

Quando você controla demais, acaba criando muitas expectativas que nem sempre são alcançadas e que resultam em frustração. Por sua vez, a frustração é um dos sentimentos que despertam a vontade de comer em uma tentativa de encontrar refúgio nos alimentos.

As dietas restritivas causam esse mesmo efeito. Você acaba se controlando demais naquilo que não vai ou o que não pode comer. Quem faz esse tipo de dieta, tem mais chances de desenvolver episódios de compulsão alimentar. Por isso recomendo parar agora mesmo de procurar dietas milagrosas para emagrecer. Isso só servirá de gatilho para desenvolver o transtorno ou até piorá-lo. Sem contar no efeito sanfona, não é mesmo?

A chave para evitar que tudo isso aconteça é: Seja flexível. Não tenha medo de enfrentar a realidade como ela é. A vida é feita de imprevistos e surpresas. Procure aceitar que as coisas nem sempre acontecem como você quer. Se tudo foi bem, ótimo! E se não foi, ótimo também! Não fique remoendo aquele sentimento de incapacidade só porque chegou atrasada no trabalho ou porque não teve tempo de preparar um café da manhã melhor. Embora você não concorde com o que aconteceu, não resta outro caminho a não ser aceitar.

Aceite os acontecimentos, aceite que as pessoas são diferentes. As pessoas que conseguem ter um relacionamento saudável com a comida, são aquelas que vivem bem, mesmo quando as coisas fogem do controle, da expectativa. Ser flexível com a vida é o canal para melhorar sua relação com a comida.

Portanto, aceite que tem dias bons e dias ruins. Mesmo que nada saia como o planejado, aceite e ofereça o seu melhor.

2 - Você é uma pessoa fechada no seus pensamentos

Algumas pessoas sentem dificuldade de dizer como se sentem ou de procurar alguém para conversar e desabafar. Também são fechadas em relação às suas ideias e pensamentos. “Eu penso assim e pronto!”. São aprisionadas dentro da própria cabeça, de suas ideias. Não aceitam que as coisas são diferentes, e mesmo que provem isso, continuam acreditando nas coisas que querem. Com isso, imaginam que o seu jeito de pensar é o melhor e mais correto, não aceitando opinião alheia.

É comum que esse tipo de pessoa queira que a vida aconteça de uma determinada maneira (como os controladores), no entanto, quando as coisas fogem do seu controle elas precisam encontrar algo que as conforte. Por ter dificuldade de expor seus sentimentos e conversar, acabam encontrando na comida o acalanto que tanta precisa. Com isso, desenvolvem episódios de compulsão alimentar.

Costumam ser encarceradas dentro delas mesmas, não interagem muito com outras pessoas, nem dentro de casa, nem no trabalho ou em outro lugar. Tendem a ser isolar. A vida acaba sendo sofrida demais. Afinal, vivem em um mundo pequeno onde não há muita troca. O contato com outros seres humanos ajuda no desenvolvimento, crescimento e aprendizado. Inclusive nos ensina a como lidar com nossas frustrações. Por ser uma pessoa mais isolada em seu mundo interno, acaba encontrando na comida uma companheira fiel.

As pessoas fechadas em si mesmo (vivem dentro de seus pensamentos), são as que mais são vulneráveis a esse transtorno. Não conseguem colocar pra fora o que sentem, tem muita dificuldade em se posicionar e, vão guardando até não aguentar mais. Até que uma hora não há mais onde guardar e a dor fica pesada demais, quase que insuportável. A vida parece estar mais difícil do que já é, e não vê formas de encarar a realidade. Então lá vai para a cozinha comer o que tiver na geladeira, no armário ou até escondido nas gavetas.

Quando percebe, a comida tornou-se uma forma de se entorpecer perante uma realidade que dói. A companheira adequada que alguém poderia ter. Neste caso, ela pode ser vista como um jeito de anestesiar-se diante da realidade, tentando abafar aquilo que dói.

O resultado de viver mergulhado em seus próprios pensamentos, geralmente pessimistas e catastróficos, é uma enorme ansiedade que, gera medos gigantes, preocupações absurdas e inseguranças incalculáveis; favorecendo portanto, o desencadeamento de episódios de compulsão alimentar.

3 - Idade emocional infanto juvenil

De todos os motivos para se desenvolver a compulsão alimentar, esse é o tiro mais certeiro. Esse problema afeta muita gente e não prejudica apenas sua alimentação, mas também afeta seus relacionamentos (pessoais e profissionais).

A dificuldade em aceitar a vida como ela é, causa alguns desequilíbrios emocionais. Mas, quem tem a idade emocional infanto juvenil sofre um pouco mais com isso. Isso acontece porque essas pessoas acabam se sentindo como crianças e adolescentes: esperam que alguém cuide, proteja e resolva seus problemas pessoais e até profissionais. Sozinhas apresentam grandes dificuldades para resolver questões simples do dia a dia; são altamente inseguras e se sentem despreparadas para por exemplo, se relacionar com os colegas do ambiente de trabalho.

Quando a idade emocional não está alinhada com a idade cronológica (sua idade de acordo com a data de nascimento), acaba possivelmente surgindo um pessoa insegura, temerosa e sem confiança nenhuma para lidar com situações da vida. Pessoas com idade emocional infanto juvenil tendem a ser bastante dependentes de aprovação dos outros e morrem de medo de falhar ou desagradar. Com isto, vivem ansiosas, cheias de medo e tensões recorrentes. A válvula de escape? Sim, pode ser o descontrole com a comida!

É normal que pessoas assim, encarem a vida com muita fantasia e imaginação a solta, assim como as crianças e adolescentes, geralmente, vivem. Imaginam um mundo ideal, perfeito e quando algo foge deste script, o sofrimento é imenso. Sofrem e tendem a não aceitar a realidade como ela é. Nesta hora a comida aparece como a “solução” para apaziguar a dor de uma realidade que é bem diferente do mundo das ideias.

É bastante comum essas pessoas se perceberem como vítimas. Estão sempre usando justificativas e desculpas para amparar suas frustrações. Usam frases como por exemplo: “meu marido não me ajuda”, “minha mãe não me entende”, “hoje eu sou assim porque sofri demais no passado…”, “você fala isso porque não conhece minha história de vida…”.

Se você tem descontrole com a comida e se identificou com os 03 motivos apresentados, talvez você padeça com o transtorno da compulsão alimentar. A melhor orientação é que você busque por apoio de um profissional da saúde mental: Psicólogo e/ou Psiquiatra. Estes profissionais são capacitados para te auxiliar a lidar com suas emoções, pensamentos e consequentemente, você terá uma relação de equilíbrio com a comida.

Ter apoio psicológico é fundamental neste caso, pois estamos diante de uma problema de base emocional, tem muito mais a ver “porque” se come descontroladamente, do que propriamente “o que” se come. E para te provar isso, clique aqui e veja 3 dicas de como a Psicologia irá te ajudar a resolver a compulsão alimentar.

Cintia Seabra
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